Um dia o Padre Fernando vê bater à porta do seu convento cinco frades franciscanos que se preparavam, enviados de Itália por Francisco de Assis, para uma acção missionária em Marrocos. Durante esse período, manteve com eles uma relação de amizade e admiração. Quando os frades resolveram viajar para a África, despediram-se alegres e partiram com os pés descalços, retratando a vida pobre e singela, alegre e cheia de simplicidade e de fé que levavam.
Fernando deu-se conta com o testemunho simples daqueles frades o quanto a sua vida era diferente daquela. Sentiu-se na mediocridade, no comodismo e distanciado dos problemas do povo cristão e não cristão.
Mais tarde, recebeu a notícia de que os cinco missionários franciscanos que tinham ido a África, estavam de regresso... mortos! Após cruéis sofrimentos, tinham sido assassinados por pregarem e testemunharem o Evangelho em terras da África. Ao ver o exemplo dos cinco missionários, decidiu então enveredar pelo mesmo carisma daqueles franciscanos. Vestiu o hábito franciscano, deixou o nome de Fernando e adoptou o de António.
Após uma frustrada tentativa de viajar a Marrocos, em companhia do Frei Filipino, foi forçado a aportar na Sicília. Pensa-se que no mesmo ano, encontrou Francisco em Assis, no famoso Capítulo das Esteiras.
Gostava neste dia de olhar a vida deste homem, Frei António. A dada altura, com o testemunho dos frades Pedro, Berardo, Adjuto, Otão e Acúrsio - mais tarde martirizados em Marrocos - conseguiu olhar para o caminho que já trilhava e perceber que tinha de mudar... mais radicalmente, totalmente absorvido no Evangelho. Não se deixou levar pelo comodisto de uma vida mais facilitada... e colocou-se, literalmente, ao caminho, anunciando Jesus Cristo, indo ao encontro da profundidade da vida das pessoas. Que em Santo António encontremos a coragem para sairmos de nós mesmos, da comodidade das nossas vidas, tão cheias de tudo e repletas de nada, indo ao encontro dos outros em nome de Jesus Cristo.
Paz e Bem!
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